Dando continuidade aos casais do Grupo Especial que passarão na Marquês de Sapucaí no carnaval de 2025.
Houve alteração na quantidade de dia de desfiles do Grupo Especial, no ano da fundação do Sambódromo em 1985 até o ano de 2024, os dias de desfiles eram divididos em dois dias, sendo tradicionalmente Domingo e Segunda Feira, sendo seis escolas por dia. A partir de 2025, os desfiles foram divididos em três dias, sendo Domingo, Segunda e Terça Feira com quatro escolas por noite.
A escola de hoje é o Acadêmicos do Salgueiro, que será a terceira escola a desfilar na Segunda Feira de Carnaval, dia 03 de Março de 2025, no Grupo Especial do carnaval carioca. Os desfiles do Grupo Especial é organizado pela Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro, a LIESA | Rio Carnaval.
O Acadêmicos do Salgueiro foi fundado em 5 de março de 1953, no Morro do Salgueiro, na Tijuca, através da fusão de duas escolas da região, a Azul e Branco e Depois eu Digo. Atualmente a sua quadra de ensaios fica no Andaraí, bairro ao lado ao seu bairro de origem.
A escola é conhecida por diversas inovações como ser a primeira escola à falar de nomes pouco conhecidos na história do Brasil como Chica da Silva, Chico Rei, Dona Beija e Zumbi dos Palmares, além de ser a primeira escola a ter como carnavalescos artistas plásticos de formação Acadêmica no carnaval como Arlindo Rodrigues, Fernando Pamplona e Rosa Magalhães.
Mais umas das inovações da escola foi realizar a primeira junção de samba da história do carnaval em 1975, com o enredo O Segredo das Minas do Rei Salomão, além de ser a primeira escola homenagear uma outra escola com o enredo Nossa Madrinha, Mangueira Querida de 1972. Quer mais inovação? Tem mais, em 1973, o icônico carnavalesco Joãosinho Trinta colocou pela primeira vez uma pessoa em um carro alegórico.
A escola é marcada por esse pioneirismo que está até hoje no Carnaval de nossa cidade, mas voltando ao assunto…
O primeiro samba e enredo popular da Academia do Samba é Bahia de Todos os Deuses de 1969, uma homenagem a Bahia que sincretizava os Orixás com os santos da igreja católica, que aconteceu pela primeira vez na história do carnaval, o refrão ganhou a cidade "Zum Zum Zum, Capoeira Mata Um". Este desfile foi desenvolvido pelos carnavalescos Arlindo Rodrigues e Fernando Pamplona e tem uma curiosidade, pois Bahia era tido como um enredo que dava azar, pois as escolas eram rebaixadas, pois o Salgueiro na apuração foi mais uma vez campeã do carnaval, somando o quarto título na sua história.
Em 1972 veio outro samba popular da escola, a homenagem da escola a sua madrinha, Estação Primeira de Mangueira, desenvolvido pelo carnavalesco Fernando Pamplona, o título do enredo da escola foi "Nossa madrinha, Mangueira Querida" e o samba era "Tengo, Tengo Santo Antônio e Xalé, Minha Gente é muito samba no Pé". Apesar da popularidade do samba e do enredo, a escola terminou em quinto lugar, fazendo que o icônico carnavalesco da escola fosse afastado de sua função.
Para o carnaval de 1993 foi escolhido o enredo "Peguei um Ita no Norte", um dos, quiçá, um dos mais populares da história da Vermelha e Branca da Tijuca e que foi desenvolvido pelo carnavalesco Mário Borriello, que foi inspirado na canção homônimo composta por Dorival Caymmi que narrava a viagem costeira da Bahia ao Rio de Janeiro realizado pelo compositor da música. Este samba e este desfile foi uma das últimas cartazes que aconteceram na cidade e no Sambódromo da Marquês de Sapucaí, o refrão é lembrado até hoje "Explode coração na maior felicidade é lindo o meu Salgueiro contagiando, sacudindo essa cidade." Foi campeã do carnaval naquele ano.
Em 2009, o carnavalesco Renato Lage, que chegou na escola no ano de 2003, resolveu dar continuidade no resgate dos enredos com temático realizados pela escola nos anos de 1960. Em 2007, por exemplo, foi desenvolvido o enredo "Candaces", título recebidos para mulheres guerreiras africanas detinham o poder no reino de Meroé, ao sul do Egito. Para 2009, o carnavalesco, juntamente com sua esposa, Márcia Lage, decidiu contar a história do Tambor ao longo da história do Brasil e do mundo. A escola depois de 16 anos, foi campeã novamente do carnaval.
Em 2024, o carnavalesco Edson Pereira desenvolveu o desfile "Hutukara", que falava sobre os povos originários Yanomami e a defesa de todas as etnias dos povos originários ainda existes no país. A escola fez um belo desfile, embalado pelo seu forte samba terminando em quarto lugar na classificação geral.
Para o carnaval de 2025, foi realizado a troca de carnavalesco, saindo Edson Pereira e chegando Jorge Silveira, que estava desde o carnaval de 2020 sem realizar um carnaval na cidade do Rio de Janeiro. Para o próximo ano, a escola veio com o enredo "Salgueiro de Corpo Fechado", que contará a relação do homem com a proteção espiritual.
Passagens
Primeiro Casal – Sidclei Santos e Marcella Alves
Sidclei iniciou sua trajetória no carnaval ainda na infância quando começou a participar dos desfiles da Corações Unidos do Ciep, escola mirim que atualmente desfila na sexta feia após a quarta feira de cinzas. Sua primeira escola de samba como Mestre Sala foi no Império da Tijuca em 1991. Sua primeira passagem pelo Acadêmicos do Salgueiro foi em 1994, onde permaneceu até no ano de 1999, teve passagens por escolas como Acadêmicos do Grande Rio e São Clemente e retornou ao Acadêmicos do Salgueiro no carnaval de 2011, onde permanece até hoje.
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Sidclei e Marcella na final do Acadêmicos do Salgueiro | Foto: Arquivo Pessoal |
Marcella é uma das Porta Bandeiras mais experientes do Carnaval da nossa cidade, tendo mais de 30 anos de carreira. A Porta Bandeira deu seus primeiros passos em 1993, quando tinha apenas 10 anos e assumiu o terceiro pavilhão da Lins Imperial, escola que frequentava desde que nasceu. Sua primeira passagem no Acadêmicos do Salgueiro foi de 2001 até 2005 e retornou na escola para o carnaval de 2014. Tem passagem por escolas de Pilares, Infantes do Lins, Estação Primeira de Mangueira e Mocidade Independente de Padre Miguel.
Sidclei e Marcella iniciaram a parceria em 2014 e no próximo carnaval farão onze anos que dançam juntos (doze se não houvesse a Pandemia).
Segundo Casal – Leonardo Moreira e Bárbara Moura
Leonardo deu seus primeiros passos no samba ainda na infância na escola mirim Aprendizes do Salgueiro, escola que é vinculado ao Acadêmicos do Salgueiro. Tem passagens por escolas como Acadêmicos do Sossego e Lins Imperial, além de ingressar a ala de Casais de Mestre Sala da escola da Tijuca, o mestre sala é atual defensor do primeiro pavilhão da Unidos de Bangu.
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Leonardo e Bárbara na final do Acadêmicos do Salgueiro | Foto: Arquivo Pessoal |
Bárbara é oriunda da tradicional escola de Mestre Sala, Porta Bandeira e Porta Estandarte Manoel Dionísio, onde deu seus primeiros passos com apenas três anos. Também ingressou no Aprendizes do Salgueiro ainda na infância, assim como seu Mestre Sala e não parou mais. Tem passagens por escolas como Acadêmicos de Vigário Geral, Flor da Mina do Andaraí e Mocidade Unida da Cidade de Deus. Além de ser Segunda Porta Bandeira do Acadêmicos do Salgueiro, no próximo carnaval defenderá ao lado de Leonardo o primeiro pavilhão da Unidos de Bangu, escola da Série Ouro.
Terceiro Casal – Leonam Santos e Beatriz Paula
Leonam iniciou sua trajetória como Mestre Sala na tradicional escola de Mestre Sala, Porta Bandeira e Porta Estandarte Manoel Dionísio e tem passagens por escolas como Arranco do Engenho de Dentro, Em Cima da Hora e Inocentes de Belford Roxo.
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Leonam e Beatriz na sua apresentação no Acadêmicos do Salgueiro | Foto: Arquivo Pessoal |
Beatriz deu seus primeiros passos no projeto Latopá, criado por Verônika Lyma e aperfeiçoou seu talento no projeto Lapidando Talentos idealizado pelo Primeiro Casal do Acadêmicos do Salgueiro, Sidclei Santos e Marcella Alves. A Porta Bandeira tem passagens por escolas como Lins Imperial e Imperatriz Leopoldinense. Atualmente a Porta Bandeira também defende o primeiro pavilhão da Botafogo Samba Clube.
No próximo Carnaval será o segundo Carnaval de parceria do terceiro casal.
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