Série Casais 2025 | Beija Flor de Nilópolis

Por Vitória de Moraes

Dando continuidade aos casais do Grupo Especial que passarão na Marquês de Sapucaí no carnaval de 2025.

Houve alteração na quantidade de dia de desfiles do Grupo Especial, no ano da fundação do Sambódromo em 1985 até o ano de 2024, os dias de desfiles eram divididos em dois dias, sendo tradicionalmente Domingo e Segunda Feira, sendo seis escolas por dia. A partir de 2025, os desfiles foram divididos em três dias, sendo Domingo, Segunda e Terça Feira com quatro escolas por noite.

A escola de hoje é a Beija Flor de Nilópolis, que será a segunda escola a desfilar na Segunda Feira de Carnaval, dia 03 de Março de 2025, no Grupo Especial do carnaval carioca. Os desfiles do Grupo Especial é organizado pela Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro, a LIESA | Rio Carnaval. 

A Beija Flor de Nilópolis foi fundada em 25 de dezembro de 1948, quando um grupo de amigos que comemoravam o Natal na Avenida Mirandela com Rua João Pessoa, no centro do município de Nilópolis decidiram criar o Bloco Carnavalesco Beija Flor, para compensar a extinção de blocos tradicionais da cidade como Irineu Perna de Pau e Teixeiras.

No ano de 1953, Cabana, um famoso compositor da Beija Flor começou as articulações para que o então bloco se tornasse escola de samba. Ele inscreveu o bloco na Confederação Brasileira de Escolas de Samba para participar do segundo grupo e a escola obteve primeiro lugar, Cabana, inclusive, foi carnavalesco da escola na seu primeiro carnaval.

A Beija Flor de Nilópolis foi primeira vez campeã em 1976, com o enredo “Sonhar com Rei dá Leão”, desenvolvido pelo icônico carnavalesco Joãosinho Trinta, que era uma homenagem ao jogo do bicho.

Ao longo do ano, a escola de Nilópolis foi jogando o sarrafo lá em cima, fazendo grandes desfiles e deixando a sua marca no carnaval carioca, como uma escola que passa igual um rolo compressor tanto em relação ao canto, tanto como tida como “certinha” por não abrir buracos na avenida.

É lembrada até os dias atuais pelo icônico desfile de 2001, “A Saga de Agotime, Maria, Mineira Naê”, desenvolvido pela Comissão de Carnaval (Cid Carvalho, Fran Sérgio, Nélson Ricardo, Shangai e Ubiratan Silva), que contava a história de Nã Agotime, que foi uma rainha africana que foi acusada por feitiçaria por cultuar voduns e que foi traficada ao Brasil e escravizada pelo próprio afilhado. O desfile foi uma catarse completa, sendo lembrada pelo samba e pela incrível Ala das pretas velhas que muitos acreditam que as componentes estavam realmente incorporadas. A escola terminou em segundo lugar do Grupo Especial.

Seu último título foi em 2018, com o enredo “Mostro é Aquele que Não Sabe Amar – Os Filhos Abandonados da Pátria que os Pariu”, desenvolvido pela icônica Comissão de Carnaval (Marcelo Misailidis, Laíla, Cid Carvalho, Bianca Behrends, Victor Santos, Rodrigo Pacheco e Léo Mídia). A história fazia analogia à história de Frankenstein, que fazia 200 anos na época do desfile, que seria abandonado pelos seus criadores com as mazelas sociais Brasileiro. Na visão dos carnavalescos, as mazelas sociais do Brasil era fruto do abandono dos governantes. 

No carnaval de 2024, a escola veio com o enredo “Um Delírio de Carnaval na Maceió de Rás Gonguila”, desenvolvido pelo carnavalesco João Vitor Araújo que foi uma homenagem à cidade de Maceió, capital de Alagoas, no nordeste do Brasil através de Rás Gonguila, que auto intitulava descendente direto do último imperador da Etiópia. A Beija Flor obteve um oitavo lugar.

Em 2025, a Beija Flor de Nilópolis irá homenagear o icônico diretor de carnaval Laíla com o enredo “Laíla de Todos os Santos, Laíla de Todos os Sambas” desenvolvido pelo talentosíssimo João Vitor Araújo.

Passagens

Primeiro Casal – Claudinho e Selminha Sorriso

O icônico Mestre Sala Claudinho é vindo de família de sambistas do morro do Estácio, aos seis anos de idade era passista mirim da escola Unidos de São Carlos (atual Estácio de Sá), em 1986, estreou como Terceiro Mestre sala da Vermelha e Branca, em 1988, foi promovido à Segundo Mestre Sala e em 1990 foi promovido à primeiro Mestre Sala. No ano de 1992, ainda pelo Estácio de Sá, passou a dançar com a Porta Bandeira que marcaria sua história, Selminha Sorriso, no qual foram campeões com o enredo "Paulicéia Desvairada - 70 Anos de Modernismo", desenvolvido pelos carnavalescos Chico Spinoza e Mário Monteiro, que falava da semana de Arte Moderna de 22. Permaneceu até na escola até o carnaval de 1995, no ano de 1996 foi para Beija Flor de Nilópolis onde está até hoje.

Claudinho e Selminha no ensaio técnico da Beija Flor | Foto: Nobres Casais

Selminha deu seus primeiros passos no carnaval em 1986, como passista do Império Serrano. Para o carnaval de 1989, houve um concurso para segunda Porta Bandeira na mesma escola que deu seus primeiros passos Selma Rocha, como era conhecida Selminha Sorriso, conquistou Mestre Fuleiro, um dos fundadores da escola que era Diretor de Harmonia pelo sorriso. Permaneceu na função até o carnaval de 1990, em 1991, assumiu o posto de primeira Porta Bandeira da escola da Serrinha. No ano de 1992 se transferiu para o Estácio de Sá, onde dançaria com seu par de toda uma vida. Como dito anteriormente, foram campeões pela escola.  Permaneceu até na escola até o carnaval de 1995, no ano de 1996 foi para Beija Flor de Nilópolis onde está até hoje.

Claudinho e Selminha formam um dos casais mais emblemáticos do nosso carnaval, fazendo 32 anos de parceria neste carnaval.

Segundo Casal – David Sabia e Fernanda Lhove

David iniciou sua carreira como mestre sala na Beija Flor de Nilópolis, quando havia a tradicional ala de Casais de Mestre Sala e Porta Bandeira da escola. O Mestre Sala adquiriu experiência pela escola de Nilópolis e teve passagens por escolas como Acadêmicos da Rocinha, Águia de Ouro (SP), Estácio de Sá e Inocentes de Belford Roxo. O Mestre Sala defende desde 2010 o segundo pavilhão da Beija Flor de Nilópolis, fazendo par com Fernanda Lhove desde 2013.

David e Fernanda no ensaio técnico da Beija Flor | Foto: Nobres Casais

Fernanda é oriunda do tradicional projeto de Mestre Sala, Porta Bandeira e Porta Estandarte Manoel Dionísio, quando deu seus primeiros passos no ano de 1998. Cinco anos depois, em 2003, estreou na função na Caprichosos de Pilares, tendo passagens por escolas como Arranco do Engenho de Dentro, Boi da Ilha do Governador, Inocentes de Belford Roxo, Mocidade Unida do Santa Marta e Unidos de Padre Miguel. Esta defendendo o segundo pavilhão da Beija Flor desde 2013.

Terceiro Casal – Carlos Musquito e Emanuelle Martins

Carlos, mais conhecido como Musquito, deu seus primeiros passos no mundo do samba através do Acadêmicos do Salgueiro. Tem passagens por escolas como Acadêmicos de Santa Cruz, Acadêmicos do Salgueiro, Alegria da Zona Sul, Império da Tijuca e Sereno de Campo Grande. Integra o quadro de casais da Beija Flor de Nilópolis desde 2018.

Carlos e Emanuelle no Ensaio técnico da Beija Flor | Foto: Nobres Casais 

Emanuelle deu seus primeiros passos no projeto Sonho do Beija Flor, vinculado à Beija Flor de Nilópolis. Seu primeiro desfile foi em 2015 como Terceira Porta Bandeira e tem passagens por escolas como Chegou o que Faltava (ES) e Unidos da Ponte.

Quarto Casal – Hugo Almeida e Eliana Fidellys 

Hugo tem vasta experiência no carnaval carioca, chegando na Beija Flor de Nilópolis no carnaval de 2022, o Mestre Sala tem passagem por escolas como Acadêmicos do Peixe, Botafogo Samba Clube, Leão de Nova Iguaçu e União de Maricá. No próximo carnaval será o quarto ano que desfila na escola de Nilópolis.

Hugo e Eliana no ensaio técnico da Beija Flor | Foto: Nobres Casais

Eliana chegou na escola de Nilópolis no carnaval de 2011 e além de ter passagem por escolas como Acadêmicos do Sossego, Alegria da Zona Sul e Em Cima da Hora. No próximo carnaval a Porta Bandeira fará 13 anos na função na Beija Flor.

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