Por Vitória de Moraes
Dando continuidade aos casais do Grupo Especial que passarão na Marquês de Sapucaí no carnaval de 2025.
Houve alteração na quantidade de dia de desfiles do Grupo Especial, no ano da fundação do Sambódromo em 1985 até o ano de 2024, os dias de desfiles eram divididos em dois dias, sendo tradicionalmente Domingo e Segunda Feira, sendo seis escolas por dia. A partir de 2025, os desfiles foram divididos em três dias, sendo Domingo, Segunda e Terça Feira com quatro escolas por noite.
A escola de hoje é a Estação Primeira de Mangueira, que será a Quarta e última escola a desfilar na domingo de Carnaval, dia 2 de Março de 2025, no Grupo Especial do carnaval carioca. Os desfiles do Grupo Especial é organizado pela Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro, a LIESA | Rio Carnaval.
A escola de Mangueira é uma das mais tradicionais e populares do Rio de Janeiro e do País e foi fundado pela 28 de abril de 1928 por icônicos sambistas como Carlos Cachaça, Cartola, Zé Espinguela, Tia Tomásia e Tia Fé.
Tem como as discografias mais famosas do carnaval além de introduzir elementos importantes no carnaval como a Ala dos Compositores, o casal de Mestre Sala e Porta Bandeira além de ser a única escola com marcação única na bateria, tendo somente um surdo.
Um dos primeiros grandes enredos da Verde e Rosa foi do ano de 1984, ano de fundação do Sambódromo da Marquês de Sapucaí chamado "Yes, Nós Temos Braguinha", desenvolvido pelo carnavalesco Max Lopes, uma homenagem à Carlos Alberto Ferreira Braga, mais conhecido como Braguinha ou João de Barro, um dos mais longínquos compositores do Brasil com mais de 400 canções gravadas. A escola foi campeã da segunda feira de carnaval, as melhores colocadas, voltariam no sábado para disputar o super-campeonato, a escola se tornou a única supercampeã da era Sambódromo.
No ano de 1986, a escola desenvolveu o enredo "Caymmi Mostra ao Mundo o que a Bahia e a Mangueira Têm", desenvolvido pelo carnavalesco Júlio Mattos, uma homenagem ao cantor baiano Dorival Caymmi, que sagrou a escola novamente campeã.
No ano de 2002, foi desenvolvido o enredo "Brazil com 'Z' É pra Cabra da Peste, Brasil com 'S' É Nação do Nordeste", desenvolvido pelo carnavalesco Max Lopes que foi uma homenagem ao sertão nordestino, sendo campeã novamente do carnaval, seria o último ano que o icônico interprete jamelão foi campeão pela sua escola.
Após altos e baixos da Verde e Rosa no Grupo Especial, para o carnaval 2016, trouxe o carnavalesco Leandro Vieira, um jovem carnavalesco com pouca experiência como carnavalesco solo, o que causou muita desconfiança entre os próprios Mangueirenses. Foi desenvolvido o enredo "Maria Bethânia, a Menina dos Olhos de Oyá" sobre a vida, obra e espiritualidade da cantora baiana Maria Bethânia. Fugindo do verde e rosa, a escola de Mangueira veio com um desfile arrebatador, se sagrando campeã do carnaval deste ano.
Em 2019, ainda com Leandro Vieira, a escola veio com o enredo "História pra Ninar Gente Grande", fazendo uma desconstrução dos heróis tradicionais que conhecemos na escola e trazendo os verdadeiros heróis do nosso país a tona como Cunhambebe, Dragão do Mar (Francisco José do Nascimento) e Luísa Mahin. O samba da escola dominou a cidade durante o pré carnaval e a escola mais uma vez fez um desfile emocionante e arrebatador, se sagrando campeã pela 20ª vez.
Em 2024, a escola veio com uma homenagem a uma das suas mais notáveis torcedoras, a cantora Alcione com o enredo "A Negra Voz do Amanhã", desenvolvido pelos carnavalescos Annik Salmon e Guilherme Estevão, a escola terminou em sétimo lugar.
Para o carnaval de 2025, a escola trouxe o renomado carnavalesco Paulista Sidnei França, que tem passagens por escolas como Águia de Ouro, Gaviões da Fiel, Mocidade Alegre e Mocidade Alegre, além de ser carnavalesco do Vai Vai desde 2023. Será desenvolvido o enredo "À Flor da Terra – No Rio da Negritude Entre Dores e Paixões", que falará da história do povo preto a partir da conexão do passado e presente através do seu cotidiano.
Passagens
Primeiro Casal – Matheus Olivério e Cintya Santos
Matheus é outro cria da Estação Primeira de Mangueira, filho do icônico diretor da harmonia da escola, Olivério Ferreira, mais conhecido como Xangô da Mangueira, deu seus primeiros passos na Mangueira do Amanhã com apenas seis anos, aos 14 anos, se tornou passista da escola mãe. Em 2006, aos 18 anos foi convidado a ser Mestre Sala da Estação Primeira de Mangueira onde permaneceu no posto até 2016. Em 2017 assumiu o primeiro pavilhão da Verde e Rosa onde permanece até hoje. Matheus tem passagem como Primeiro Mestre Sala na União do Parque Curicica em 2016.
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Matheus e Cintya - Primeiro Casal da Estação Primeira de Mangueira | Foto: Nobres Casais |
Cintya é neta e filha de Porta Bandeira que dançavam na Unidos do Viradouro, com isso, desde cedo convive com a nobre arte da Porta Bandeira. Deu seus primeiros passos no projeto de Mestre Sala e Porta Bandeira que tinha na Unidos do Porto da Pedra, o que lhe rendeu passagens por escolas como Acadêmicos do Engenho da Rainha, Paraíso do Tuiuti e Unidos da Ponte, todos exercendo função de segunda Porta Bandeira. Em 2013 chega ao Porto da Pedra para exercer a função de Segunda Porta Bandeira, que ficou até o carnaval de 2017, em 2018 foi promovida à Primeira Porta Bandeira onde ficou até o carnaval de 2022. Em 2023, estreou na Estação Primeira de Mangueira ao lado de Matheus. No carnaval de 2025 será o terceiro ano que o casal dança junto na Verde e Rosa.
Segundo Casal – Renan Oliveira e Débora Almeida
Renan iniciou sua trajetória no carnaval aos 8 anos de idade nos projetos sociais da Verde e Rosa, em 2017 assumiu o segundo Pavilhão onde permanece até hoje. Tem passagens por escolas como Império da Tijuca, além de atualmente defender o Primeiro Pavilhão do União do Parque Acari.
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Renan e Debora - Segundo Casal Estação Primeira de Mangueira | Foto: JM Arruda |
Débora também é cria da Verde e Rosa, tendo passagem pela escola Unidos de Manguinhos. Defende desde 2006 o Segundo Pavilhão da Estação Primeira de Mangueira.
Renan e Débora defendem o segundo pavilhão juntos desde o carnaval de 2017.
Terceiro Casal – Maycon Ferreira e Lorenna Brito
Maycon e Lorenna são crias do morro de Mangueira, Maycon iniciou sua trajetória no projeto da Porta Bandeira Tidinha e retornou na dança com o projeto realizado pelo Primeiro Mestre Sala, Matheus Olivério. Já Lorenna iniciou no projeto de Matheus Olivério realizado na quadra da escola.
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Maycon e Lorena - terceiro casal da Estação Primeira de Mangueira | Foto: JM Arruda |
Maycon tem passagem por escolas como Acadêmicos de Jardim Bangu, Arame de Ricardo, Boca de Siri, Tijuquinha do Borel e Unidos do Porto da Pedra.
Lorenna tem passagem por escolas como Acadêmicos de Jardim Bangu, Inocentes da Caprichosos e Tijuquinha do Borel.
No carnaval de 2025, será o terceiro ano que o casal defenderá o terceiro pavilhão da escola de Mangueira, além de estrearem como primeiro casal do Império da Tijuca.
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