Por Vitória de Moraes
Dando continuidade aos casais do Grupo Especial que passarão na Marquês de Sapucaí no carnaval de 2025.
Houve alteração na quantidade de dia de desfiles do Grupo Especial, no ano da fundação do Sambódromo em 1985 até o ano de 2024, os dias de desfiles eram divididos em dois dias, sendo tradicionalmente Domingo e Segunda Feira, sendo seis escolas por dia. A partir de 2025, os desfiles foram divididos em três dias, sendo Domingo, Segunda e Terça Feira com quatro escolas por noite.
A escola de hoje é a Unidos do Viradouro, que será a Terceira escola a desfilar na domingo de Carnaval, dia 2 de Março de 2025, no Grupo Especial do carnaval carioca. Os desfiles do Grupo Especial é organizado pela Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro, a LIESA | Rio Carnaval.
A escola de Niterói foi fundada em 24 de Junho de 1946, pelo sambista Nelson dos Santos mais conhecido como Nelson Jangada, um apaixonado por samba e carnaval que participava dos blocos carnavalescos da cidade como a União do Viradouro. Após um desentendimento com o dirigente do antigo bloco que frequentava, resolveu juntar sambistas da região para fundar a Unidos do Viradouro.
Participou por dos anos de 1947 à 1985 do carnaval da sua cidade natal, quando em 1986 foi aprovada para participar dos desfiles da cidade do Rio de Janeiro, onde nunca mais deixou de desfilar.
Ao longo dos anos, a escola teve seus altos e baixos em sua história, vivendo o seu primeiro ápice nos anos 90, quando deixou marcado na história do carnaval dois desfiles, nos anos de 1997, com o enredo Trevas! Luz! A Explosão do Universo e o de 1998 Orfeu, o Negro do Carnaval ambos desenvolvidos pelo icônico carnavalesco Joãosinho Trinta.
O enredo de 1997 Trevas! Luz! A Explosão do Universo desenvolvido pelo icônico carnavalesco Joaosinho Trinta e foi para a avenida contar sobre os primeiros instantes da criação do universo e a teoria do Big Bang. Este foi o primeiro título da escola de Niterói no Grupo Especial do Rio de Janeiro.
No ano de 1998, a escola decidiu por a maior história de amor já contada na avenida com o enredo Orfeu, o Negro do Carnaval desenvolvido por Joãosinho Trinta e que contava três histórias em uma na avenida. A primeira história viria da mitologia grega em que Orfeu, um grande músico, filho da musa Calíope e para alguns, do deus Apolo, seria apaixonado pela ninfa Eurídice, no qual desceu ao submundo para pedir a Hades, deus do submundo e dos mortos para trazer seu amor de volta ao mundo dos vivos. Hades deu uma condição para que Orfeu levasse seu amor novamente: ir sem olhar trás até chegar em casa, Orfeu olhou e viu sua esposa, sendo assim, fazendo que ela voltasse para o submundo. Joãosinho teve a genialidade de trazer esta história para a nossa realidade, no qual Orfeu era um compositor morador de uma comunidade carioca que era apaixonado por Eurídice, uma mulata de uma escola de samba. Enquanto a escola contava a história de amor entre Orfeu e Eurídice. Orfeu também contava a história do enredo da escola de samba que ele participava, a Escola do Morro. Além disso, aproveitando todo o hype gerado com a explosão do samba pela cidade, Caca Diegues, grande cineasta brasileiro aproveitou pra gravar cenas do filme Orfeu durante o desfile da escola de Nitéroi.
No carnaval de 2024, a Unidos do Viradouro veio para a Marquês de Sapucaí com o enredo "Arroboboi Dangbé", desenvolvido pelo carnavalesco Tarcísio Zanon que falava sobre as serpentes que são utilizados em cultos no continente africano e a força da mulher que foram destinadas ao culto do vodum Dan, a escola de Niterói se sagrou campeã do carnaval.
Para o ano de 2025, a escola virá com o enredo Malunguinho: O Mensageiro de Três mundos, que será desenvolvido pelo carnavalesco Tarcísio Zanon, sobre a Falange espiritual afro-ameríndia Malunguinho, presente nas religiões afro-brasileira | Afro Ameríndia Catimbó, Toré e Umbanda que é inspirada na figura de João Batista, último líder do Quilombo do Catucá, que ficava na região de Recife e Olinda, em Pernambuco.
Passagens
Primeiro Casal – Julinho Nascimento e Rute Alves
Julinho é um dos Mestres Salas mais antigos do nosso carnaval ainda em atuação, iniciando sua carreira como Mestre Sala Mirim no ano de 1986 pela escola mirim Corações Unidos do Ciep, sendo o primeiro Mestre Sala da história da escola, pois foi fundada em agosto de 1985. Aos 16 anos recebeu a nobre missão de atuar ao lado de sua madrinha, Vilma Nascimento como primeiro Mestre Sala da Tradição, sendo o último Mestre Sala da carreira do Cisne da Passarela. Julinho tem uma vitoriosa carreira, tendo passado por escolas como Unidos da Tijuca e Unidos de Vila Isabel. O Mestre Sala já havia passado pela Unidos do Viradouro anteriormente, no ano de 2006, permanecendo até o ano de 2007. Após 11 anos afastado, retornou com sua parceira de dança de 17 anos, Rute Alves para trilharem uma passagem história com títulos nos anos de 2018, 2020 e 2024.
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Julinho e Rute no desfile da Viradouro em 2024 | Foto: Nobres Casais |
Rute deu seus primeiros passos como Porta Bandeira na tradicional escola de Mestre Sala, Porta Bandeira e Porta Estandarte Manoel Dionísio no ano de 1996, no mesmo ano, foi convidada à participar do concurso para Segunda Porta Bandeira da São Clemente, mas seu talento era tanto, que assumiu o primeiro pavilhão da Preta e Amarela de Botafogo e a partir dai, trilhou uma trajetória incrível no mundo do samba. A Porta Bandeira teve passagens por escolas como Acadêmicos do Salgueiro, Portela, Unidos da Tijuca, Unidos de Vila Isabel e Unidos do Porto da Pedra e com quase trinta anos de carreira estreou numa nova função em 2024, ensaiadora do Primeiro Casal do Estácio de Sá.
Segundo Casal – Thiaguinho Mendonça e Amanda Poblete
Thiaguinho é um dos mais experientes Mestres Salas do nosso carnaval, tendo iniciado sua trajetória na função em 2011, na escola Mocidade Unida da Cidade de Deus e nunca mais parou. O Mestre Sala teve passagens por escolas como Difícil é o Nome, Imperatriz Leopoldinense, Renascer de Jacarepaguá e União da Ilha do Governador, além de ter passagens por escolas de cidades como Brasília, Juiz de Fora, Campos dos Goytacazes e Porto Alegre.
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Thiaguinho e Amanda no desfile de 2024 | Foto: Nobres Casais |
Amanda neste ano completou quinze anos exercendo a função de Porta Bandeira e é também Educadora Física com Pós Graduação em Dança e Consciência Corporal. É uma das mais experientes da função no nosso carnaval, tendo passagens por escolas como Mocidade Unida da Cidade de Deus, Paraíso do Tuiuti, Renascer de Jacarepaguá, São Clemente, Sereno de Campo Grande, Unidos de Padre Miguel e Unidos de Vila Isabel.
Terceiro Casal – João Oliveira e Duda Martins
João deu seus primeiros passos como Mestre Sala aos quartoze anos, quando passou a dançar na escola mirim Cavalhos Marinhos da Ilha, escola vinculada a União da Ilha do Governador. O jovem Mestre Sala teve passagens por escolas como Arrastão de Cascadura e Nação Insulana, além de participar de escolas de Mestres Salas e Porta Bandeira de escolas como Portela, Renascer de Jacarepaguá e Unidos do Viradouro.
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João Oliveira e Eduarda Martins no desfile das campeãs | Foto: Alex Ferro / Rio Tur |
Já Eduarda, começou a dançar aos cinco anos de idade na escola mirim Pimpolhos da Grande Rio, vinculada ao Acadêmicos do Grande Rio. Apesar de ser jovem, tem grande experiência como Porta Bandeira, tendo passagens por escolas como Bafo do Tigre, Botafogo Samba Clube, Cacique de São José, Independentes de Olaria e Lins Imperial.
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