Série Casais 2025 | Acadêmicos do Grande Rio

Por Vitória de Moraes

Dando continuidade aos casais do Grupo Especial que passarão na Marquês de Sapucaí no carnaval de 2025.

Houve alteração na quantidade de dia de desfiles do Grupo Especial, no ano da fundação do Sambódromo em 1985 até o ano de 2024, os dias de desfiles eram divididos em dois dias, sendo tradicionalmente Domingo e Segunda Feira, sendo seis escolas por dia. A partir de 2025, os desfiles foram divididos em três dias, sendo Domingo, Segunda e Terça Feira com quatro escolas por noite.

A escola de hoje é o Acadêmicos do Grande Rio, que será a terceira escola à desfilar na Terça Feira de Carnaval, dia 04 de Março de 2025, no Grupo Especial do carnaval carioca. Os desfiles do Grupo Especial é organizado pela Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro, a LIESA | Rio Carnaval. 

O Acadêmicos do Grande Rio é uma das mais jovens escolas do Grupo Especial, fundada em 22 de setembro de 1988, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense do Rio de Janeiro. Sua fundação foi no bairro de Jardim 25 de Agosto através da fusão das escolas Acadêmicos de Duque de Caxias e Grande Rio.

Em 1993, o icônico carnavalesco Alexandre Louzada trouxe como enredo para a Grande Rio “No mundo da lua”, que falaria sobre a astrologia em geral e as lendas tupis-guaranis. A escola conseguiu se manter no Grupo Especial, ficando em nono lugar e o samba é cantado até os dias atuais, até mesmo como esquenta.

Em 2010, o Sambódromo da Marquês de Sapucaí complerava 26 anos e o carnavalesco Cahê Rodrigues teve a brilhante ideia de homenagear os principais desfiles ocorridos nos 25 anos anteriores, com o enredo “Das Arquibancadas ao Camarote N⁰ 1, um Grande Rio de Emoção, na Apoteose do Seu Coração”. Vários setores do desfile foram marcantes como o homem voando, fazendo alusão ao homem que voava no desfile da própria Grande Rio em 2001, o carro alegórico  com um grande lixão, três ratazanas e um urubu que voava sobre a montanha de lixo, fazendo alusão a Ratos e Urubus, larguem a minha fantasia de 1989 da Beija Flor de Nilópolis, além da bateria, que os músicos vieram vestidos de garis e sacodiram o Sambódromo. 

Para o carnaval de 2020, a escola trouxe os carnavalescos Gabriel Haddad e Leonardo Bora para fazer carnaval. Os carnavalescos propuseram o enredo “Tata Londirá – O Canto de Caboclo no Quilombo de Caxias”, uma homenagem ao icônico Sacerdote do Candomblé de Angola Joãosinho da Gomeia, falecido em 1971 e que tinha seu terreiro em Duque de Caxias, no bairro Dr. Laureano. A escola fez um desfile arrebatador mas perdeu décimos em evolução pela demora do carro abre alas no acoplamento e os destaques demorarem a subir no último carro e demorar a entrar na Sapucaí, além deste carro ter problema se locomoção. A escola perdeu cinco décimos e terminou em segundo lugar.

No ano de 2022 foi o retorno dos desfiles das escolas de samba, pois devido a pandemia de COVID 19, mão houve desfiles em 2011 e o desfile ocorreu fora de época, em abril. A escola manteve os carnavalesco Bora | Haddad e propuseram o enredo “Fala, Majeté! Sete Chaves de Exu!” que faria uma homenahem ao orixá Exu e Exu entidade. O desfile foi elogiadíssimo pela mídia especializada, mais um desfile arrebatador da escola, tido como um dos melhores do SÉCULO e finalmente a escola foi campeã do carnaval.

Em 2024, a escola veio com o enredo “Nosso Destino é ser Onça, desenvolvido pelos carnavalescos Gabriel Haddad e Leonardo Bora, baseado no livro de Alberto Mussa, Meu Destino é Ser Onça. A escola retratou a origem do mundo pela mitologia Tupinambá além de falar sobre a simbologia da onça. A escola fez um bom desfile e terminou em terceiro lugar.

Para o carnaval de 2025, o enredo da escola será “Pororocas Parawaras: As Águas dos Meus Encantos nas Contas dos Curimbó”, desenvolvido pelos carnavalescos Bora | Haddad e que falará sobre a Encantaria, uma manifestação afro-amerindia cultuada no Pará que tem condutor três princesas turcas Erodina, Jarina e Mariana que são culturas no Carimbó, Pajelaça Cabocla e Tambor da Mina.

Passagens

Primeiro Casal – Daniel Werneck e Taciana Couto

Daniel deu seus primeiros passos no mundo do samba ainda na infância, quando passou a frequentar a escola mirim Aprendizes do Salgueiro, ligada ao Acadêmicos do Salgueiro. Seus primeiros riscados como Mestre Sala se deu de forma inusitada, quando retornava da cerimonia da primeira comunhão, iria pro ensaio da escola mirim, ao vê-lo de roupa branca, convidaram para dançar ao lado da porta bandeira mirim e no ano seguinte estreou como Terceiro Mestre Sala da escola. Tem passagens por escolas como Acadêmicos do Salgueiro e Estácio de Sá, no ano de 2015 estreou como Primeiro Mestre Sala do Acadêmicos do Grande Rio onde permanece até os dias de hoje, ganhando Estandarte de Ouro em 2018 como Melhor Mestre Sala. Desde 2020 faz par com Taciana Couto, onde vem obtendo notas máximas.

Daniel e Taciana no desfile de 2024 | Foto: Alex Ferro
Taciana é mais uma das crias do Acadêmicos do Grande Rio, desde antes de nascer ela desfila na escola, quando sua mãe ainda desfilava grávida. Taci, como é carinhosamente conhecida, aprendeu o amor pela arte da Porta Bandeira com a mãe, que também foi Porta Bandeira da primeira ala de Casais de Mestre Sala e Porta Bandeira da escola de Duque de Caxias. No ano de 2013, teve sua primeira experiência na arte, quando assumiu o Segundo Pavilhão da escola mirim Pimpolhos do Grande Rio, escola qual permaneceu até 2017, alternando entre o Segundo e Primeiro pavilhão. Aperfeiçoou sua dança na tradicional escola de Mestre Sala, Porta Bandeira e Porta Estandarte Manoel Dionísio e tem uma passagem pela escola Acadêmicos da Rocinha. Em 2017 assumiu o terceiro pavilhão da escola mãe e sua escola de coração, Acadêmicos do Grande Rio e em 2019 foi promovida à Primeira Porta Bandeira da escola. 

Segundo Casal – Andrey Ricardo e Thauany Xavier

Andrey é mais uma joia de Duque de Caxias, iniciando sua trajetória na escola mirim Pimpolhos do Grande Rio. Avellino Ribeiro, icônico passista da escola e diretor da ala viu em Andrey um grande talento e o trouxe pra ala. Lá permaneceu por quatro anos, quando o então Segundo Mestre Sala Jorge Luís vale percebeu um talento para ser Mestre Sala e o convidou para participar da ala mirim de Casais de Mestre Sala e Porta Bandeira. No ano de 2014 estreou como Segundo Mestre Sala da sua escola de coração onde permanece até hoje.

Andrey e Thauany no desfile da Grande Rio em 2024 | Foto: Nobres Casais

Thauany também é cria da Tricolor de Caxias, deu seus primeiros passos na escola mirim Pimpolhos da Grande Rio e no projeto de casais de Mestre Sala e Porta Bandeira da escola mãe. Em 2022, devido a gravidez da então segunda Porta Bandeira, Jéssica Barreto, assumiu o segundo pavilhão da escola, em 2023, com a volta de Jéssica, se tornou terceira Porta Bandeira da escola de Caxias e em 2024 reassumiu o Segundo Pavilhão devido a saída da antiga Porta Bandeira.

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