Série Casais 2025 | Portela

Por Vitória de Moraes

Chegamos a última publicação sobre os casais que passarão no Sambódromo da Marquês de Sapucaí no próximo carnaval. Fico feliz por todos que acompanharam mais essa série de publicações.

Houve alteração na quantidade de dia de desfiles do Grupo Especial, no ano da fundação do Sambódromo em 1985 até o ano de 2024, os dias de desfiles eram divididos em dois dias, sendo tradicionalmente Domingo e Segunda Feira, sendo seis escolas por dia. A partir de 2025, os desfiles foram divididos em três dias, sendo Domingo, Segunda e Terça Feira com quatro escolas por noite.

A escola de hoje é a Portela, que será a quarta e última escola à desfilar na Terça Feira de Carnaval, dia 04 de Março de 2025, no Grupo Especial do carnaval carioca. Os desfiles do Grupo Especial é organizado pela Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro, a LIESA | Rio Carnaval. 

A Portela foi fundada em 11 de Abril de 1923, sendo a primeira escola de samba a ser centenária no carnaval carioca e do Brasil. A escola foi fundada por Antônio da Silva Caetano, Antônio Rufino dos Reis, Galdino Marcelino dos Santos e Paulo Benjamin de Oliveira após uma dissidência do Bloco Carnavalesco "Quem Fala de Nós Come Mosca", mas com o nome Conjunto Oswaldo Cruz, que anos seguintes seria renomeado para Portela.

No ano de 1970, a escola de Oswaldo Cruz e Madureira veio renovada com Clóvis Bornay e trouxe o carnavalesco Arnaldo Pederneiras para fazer dupla com Clóvis. Os carnavalescos propuseram o enredo Lendas e Mistérios da Amazônia, falando sobre histórias e mitos que rodeia a região do Norte do País. A escola fez um desfile arrebatador e ganhou o carnaval daquele ano. Este foi o último carnaval que a escola foi campeã sozinha.

Em 1984, ano de fundação do Sambódromo da Marquês de Sapucaí, a escola permaneceu com os carnavalescos Edmundo Braga e Paulino Espírito Santo e veio com o enredo "Contos de Areia", uma exaltação à sua própria história, figuras importantes da sua história e a uma exaltação a Bahia. A escola foi campeã do seu dia de desfile, pois este ano teve Supercampeonato e foi vice campeã geral.

Acerca do ano de 2012, a escola trouxe o carnavalesco Paulo Menezes para fazer carnaval e foi feito o enredo "E o Povo na Rua Cantando... É Feito Uma Reza, Um Ritual...", uma homenagem as religiões afro-brasileiras e a Bahia. O samba foi um dos mais cantados pela cidade na época e depois de muitos anos, a escola voltou ao desfile das campeãs, terminando em sexto lugar.

Já em 2017, a escola renovou com o carnavalesco Paulo Barros, que desenvolveria o enredo "Quem Nunca Sentiu o Corpo Arrepiar ao Ver Esse Rio Passar?", que era uma homenagem aos Rios, a sua fauna até mesmo o rompimento da barragem de Mariana, dois anos anos, que dizimaria o Rio Doce, por exemplo. A ideia veio do trecho da música Foi Um Rio que Passou em Minha Vida de Paulinho da Viola e o título do enredo seria Foi Um Rio que Passou em Minha Vida e Meu Coração se Deixou Levar, porém, a editora detentora dos direitos da música não havia liberado a tempo do lançamento do enredo e por fim, teve que trocar de nome. A escola terminou em primeiro lugar geral, dividindo o título com a Mocidade Independente de Padre Miguel.

Para o carnaval de 2024, a escola trouxe os carnavalescos André Rodrigues e Antônio Gonzaga, que estavam na Beija Flor de Nilópolis e Arranco do Engenho de Dentro respectivamente. Os carnavalescos decidiram fazer um enredo Um Defeito de Cor homônimo ao livro de Ana Maria Gonçalves, baseado na história de Luísa Mahin, nascida na região da Costa da Mina, que foi sequestrada e escravizada no Brasil. É mãe de Luís Gama, que a descreve com muito carinho. A escola terminou em quinto lugar na classificação geral.

Em 2025 a escola renovou com os carnavalescos André Rodrigues e Antônio Gonzaga e terá o enredo "Cantar Será Buscar o Caminho que Vai Dar no Sol - Uma Homenagem a Milton Nascimento", uma homenagem ao cantor e compositor carioca Milton Nascimento.

Passagens

Primeiro Casal – Marlon Lamar e Squel Jorgea

Marlon deu seus primeiros passos como Mestre sala na AMESPBEESP (Associação de Mestre Sala, Porta Bandeira e Porta Estandarte de São Paulo), sendo Mestre Sala Mirim da escola Príncipe Negro. Tem passagem por escolas como Combinados de Sapopemba, Dragões da Real, Império de Casa Verde, Mocidade Unida da Mooca e União Imperial. Chegou no carnaval carioca após receber o convite para dançar na Unidos do Porto da Pedra em 2017 para dançar ao lado de nada mais nada menos do que Lucinha Nobre. Em 2018, estreou na Portela onde permanece até os dias de hoje.

Marlon e Squel no desfile de 2024 | Foto: Antônio Scorza

Squel conheceu o universo do samba desde muito cedo, por toda sua família, tanto materna quanto paterna ser envolvida com escola de samba. Sua família paterna estava envolvida com o Acadêmicos do Grande Rio, já a sua família materna estava envolvida com a Estação Primeira de Mangueira, por seu avô ser nada mais nada menos com Olivério Ferreira, mais conhecido como Xangô da Mangueira. Deu seus primeiros passos tanto no carnaval tanto na função de Porta Bandeira no Acadêmicos do Grande Rio, levada pelo seu pai. Sua primeira experiência como Porta Bandeira foi em 1999, quando assumiu o segundo pavilhão da escola de Duque de Caxias, permanecendo até o ano de 2001, em 2002 foi promovida à Primeira Porta Bandeira onde permaneceu até o ano de 2012. Tem passagens por escolas como Estação Primeira de Mangueira e Mocidade Independente de Padre Miguel, na Mangueira ganhou dois títulos no carnaval, em 2016 e em 2019. Após um ano sabático, em 2023, a Portela convida Squel para ser Porta Bandeira da escola e em 2024 estreou como Primeira Porta Bandeira da Primeira escola centenária do Brasil.

No próximo carnaval será o segundo ano que o casal dança junto na Portela.

Segundo Casal – Emanuel Lima e Thainara Matias

Emanuel deu seus primeiros passos no samba na própria Portela, sendo passista da escola. Graças à Diogo Jesus, atual primeiro Mestre Sala da MIPM, levou Emanuel ao caminho da dança do Mestre Sala. Em 2018 foi convidado pela Azul e Branco de Oswaldo Cruz e Madureira para assumir o terceiro pavilhão da escola, em 2022 foi promovido à Segundo Mestre Sala. Tem passagem pela escola União Cruzmaltina. Além de defender o segundo Pavilhão da escola, é defensor do Primeiro pavilhão da Unidos da Ponte ao lado de Thainara.

Emanuel e Thainara no desfile de 2024 | Foto: Rafael Catarcione 

Thainara é oriunda do projeto de Mestre Sala e Porta Bandeira da escola mirim Mangueira do Amanhã, onde iniciou sua trajetória em 2009 além de ter aperfeiçoado a dança na tradicional escola de Mestre Sala, Porta Bandeira e Porta Estandarte Manoel Dionísio. Tem passagens por escolas como Acadêmicos da Abolição, Estácio de Sá, União Cruzmaltina e Unidos das Vargens. Chegou na Portela em 2022 para defender o Segundo Pavilhão. Além da Portela, defende o Primeiro Pavilhão da Unidos da Ponte.

Terceiro Casal – Vinícius Jesus e Osanna Baptista

Vinicius é sambista desde berço, onde sua família tem forte ligação com a Portela, seu pai foi diretor de Harmonia, a mãe, passista e a avó, foi baiana e atualmente é da velha guarda da escola de Oswaldo Cruz e Madureira. Deu seus primeiros passos como Mestre Sala na tradicional escola de Mestre Sala, Porta Estandarte e Porta Bandeira Madureira Toca, Canta e Dança, do grande Mestre Valdir Gallo e dona Estelita Silva com apenas seis anos de idade. Tem passagens por escolas como Filhos da Águia, Império do Futuro e União do Parque Acari. Chegou na Portela para o carnaval de 2022 para ser Terceiro Pavilhão e está até os dias atuais.

Vinicius e Osanna no desfile de 2024 | Foto: Nobres Casais

Osanna é oriunda de uma família de sambistas e iniciou sua trajetória como Porta Bandeira no projeto social da Portela e aperfeiçoou sua dança na escola Manoel Dionísio. Tem passagens por escolas como Arrastão de Cascadura, Filhos da Águia, Império da Uva, Império Ricardense e União do Parque Curicica.

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